África unida contra a raiva: o Boletim Epidemiológico PARACON

O principal objetivo da Rede Pan-Africana de Controle da Raiva (PARACON) é unir todos os países da África subsaariana em sua luta comum contra a Raiva e ajudar esses países endêmicos da doença a desenvolver e implementar estratégias eficazes de eliminação da Raiva. O comprometimento de quase todos os países-alvo (37 dos 44 países PARACON) tem sido fundamental para o sucesso da rede e isso foi particularmente evidente com o lançamento do Boletim Epidemiológico PARACON.

O Boletim Epidemiológico PARACON é um sistema integrado destinado exclusivamente à coleta, análise e disseminação de dados sobre a Raiva que foi desenvolvido especificamente para os países membros do PARACON. É construído sobre o poderoso sistema de informação de gerenciamento de saúde DHIS2 já em uso em 30 países africanos e foi personalizado para coletar e analisar os parâmetros específicos da Raiva. É amplamente aceito que os dados são fundamentais para qualquer estratégia de intervenção da doença e a Raiva não é diferente. Os dados contemporâneos e precisos são essenciais para o sucesso em múltiplos estágios ao longo do caminho do país para a eliminação, especialmente quando se obtém o comprometimento das partes interessadas no início de qualquer iniciativa de controle da Raiva e ao fornecer evidências de ausência de Raiva após uma intervenção bem-sucedida. O Boletim PARACON (PARACON Bulletin ) foi, portanto, desenvolvido para facilitar a coleta de dados e os comentários dos usuários a nível nacional para todos os países participantes da rede PARACON.

Infelizmente, os dados coletados no boletim pertencem unicamente ao país e as permissões devem ser fornecidas por cada setor (saúde humana e animal) para que os dados sejam disponibilizados publicamente. A rede PARACON incentiva a transparência no compartilhamento de dados, uma vez que a Raiva é uma doença transfronteiriça que requer colaboração entre países e regiões vizinhos.

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O mapa mostra os países que enviaram dados ao boletim PARACON até a data. Laranja: países que apresentaram dados; Cinza escuro:

A GARC e a PARACON desejam agradecer a todos os países que até agora enviaram dados ao boletim PARACON. Desde o seu lançamento no final de junho de 2016, 25 países subsaarianos foram introduzidos no Boletim PARACON. Destes 25 países, 7 países forneceram permissões de ambos os setores de saúde humana e animal, enquanto 11 países adicionais forneceram permissões de pelo menos 1 setor. Além disso, os dados foram apresentados por 22 países, mostrando participação notável de todos os países.

Nós estamos encorajados a ver que a maioria dos países que foram introduzidos no boletim está usando isso como uma ferramenta para melhorar a vigilância da Raiva e relatórios de dados em seu país. Além disso, gostaríamos de agradecer a todos os países que, até agora, obtiveram autorização oficial para que seus dados fossem disponibilizados publicamente. O controle da Raiva depende desse tipo de colaboração. Ao compartilhar dados, cada país pode trabalhar com seus vizinhos e manter um esforço conjunto contra a Raiva.

Os dados compartilhados serão apresentados no recém-revisado site da GARC, sob a seção Boletim PARACON (PARACON Bulletin section), sob a forma de um mapa interativo - semelhante ao que é usado no site da ERN. Este mapa exibirá automaticamente os dados mais atualizados enviados por países na forma de gráficos, mapas e tabelas dinâmicas. Esses visuais serão interativos na medida em que o usuário poderá selecionar determinados critérios para maior facilidade de uso e análise aprimorada. Este mapa interativo está sendo desenvolvido e estará disponível antes da próxima reunião do PARACON em setembro.

Para os países que ainda não foram introduzidos no boletim, a GARC procurará fazê-lo na segunda reunião sub-regional PARACON no final deste ano. A reunião se concentrará em países anglófonos na África e está programada para ser realizada de 13 a 15 de setembro de 2017 em Pretória, África do Sul. Mais detalhes sobre a próxima reunião podem ser encontrados na página da PARACON (PARACON pages) do recém-revisado site da GARC. Com a forte participação de todos os países africanos, o boletim promete tornar-se um repositório central de dados para que os países usem para argumentar e rastrear o progresso em direção a uma África livre de Raiva.

Contribuição de Terence Scott e Andre Coetzer, coordenadores da rede PARACON e do Boletim Epidemiológico. Mais informações sobre o Boletim PARACON estão disponíveis em: rabiesalliance.org/networks/paracon/bulletin

Traduzido por Helena BC Ruthner Batista,PhD, pesquisadora cientifica pelo Instituto Pasteur de São Paulo e colaboradora do Programa de Pos-graduação em Biossistemas da Universidade Federal do ABC